'O Livro da Medicina' é um dicionário, com 400 artigos, que descreve o ser humano visto pelo médico e que serve, também, para compreender a medicina do presente. Aqui encontramos, por fim, a linguagem do corpo e a linguagem médica descodificadas. A medicina cuida e - a partir da segunda metade do Século XX - cura. No entanto, as suas proezas tecnológicas podem conduzir à desumanização da prática médica, enquanto o seu impacte social e financeiro se torna, cada vez mais importante. Os médicos encontram na necessidade de responder à dupla expectativa do paciente (cura e escuta) e à do cidadão (leis bioéticas e económicas). Esta obra deve servir de bússola ao paciente para que não ceda nem ao pânico nem ao paraíso prometido pelos média. Segundo Michel Serres, este Livro da Medicina tem lugar em vários espaços, destacando-se dois: primeiro, a sala de espera dos consultórios, pois o doente deve ter a possibilidade de se questionar e de colocar ao médico questões concretas. O segundo espaço é em casa, tal como possuímos um outro qualquer dicionário, devemos ter sempre na estante este belo e útil Livro da Medicina. Esta obra, fruto do trabalho de quatro médicos, e coordenada por Michel Serres e Nayla Farouki, reflecte a ideia defendida filósofo, que é a de uma síntese entre uma medicina bastante desenvolvida no plano tecnológico e um novo humanismo. Isto é, um bom médico terá de ser um bom profissional mas, sobretudo, aquele que ama os seus pacientes. Um livro de indispensável leitura.