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Sinopse
labor limae et mora
. Poesia racional, mas não sem emoção. Das palavras, demanda o escrutínio rigoroso do seu sistema de polinização, incluindo cores, espinhos, sem esquecer tumores. No meio do caminho, Maria Lúcia dispõe de seus poetas-guias, que aqui são sobretudo Lezama Lima, Eugénio de Andrade e, sempre, Herberto Helder, Florbela Espanca e Santa Teresa D’Ávila. Do Pessoa, só convoca Ricardo Reis, e com ele as retas razões dos sonetos e a nudez das sílabas. Há também os exibidos a despistar, os que fingem que poesia é vida e atravessam o ritmo, como Ana Cristina César, que Maria Lúcia tritura com elegância gourmet. A poesia de Maria Lúcia equivoca deliberadamente o erro, que não é apenas falha e engano, mas mudança acertada com a pressa do mundo e as várias vidas que precisam ser vividas. Mas nem tudo são filosofia natural, alquimia e poder. Também muito é perdido e dói, sem remissão: a fabulação do pai, a respiração da mãe coragem, os amigos-mariposas, as saudades de menina na casa agora vazia. Aqui a poesia bebe o veneno da melancolia, e sussurra:
Ubi sunt
? Por fim, na poesia investigativa de Maria Lúcia, o amálgama da razão e do afeto vem com o humor: a confissão de mau gosto, a irreverência da frase evasiva, o gosto do excesso e da bizarrice. A inteligência poética se encontra na contradição cômica. É quando a górgona topa com um homem no quarto escuro, e faz picadinho de sua carne paralisada.
Alcir Pécora
Maria Lúcia Dal Farra é paulista de Botucatu (14/10/1944, onde é patrona de cadeira na Academia Botucatuense de Letras) e tem cidadania sergipana (vive no Nordeste há mais de trinta anos). É mestre e doutora pela USP, livre-docente pela Unicamp e titular pela UFS (onde foi pró-reitora). Professora nessas universidades, também lecionou em Berkeley (Califórnia, USA) e fez parte da equipe pioneira de Antonio Candido que fundou o Instituto de Estudos da Linguagem e o Depto. de Teoria Literária da Unicamp. É autora de
O narrador ensimesmado
(sobre a romanesca de Vergílio Ferreira – São Paulo: Ática, 1979), de
A alquimia da linguagem
(acerca da poética de Herberto Helder – Lisboa: INCM, 1986) e de sete livros dedicados a Florbela Espanca, publicados em Portugal e no Brasil. Assina os volumes de poesia
Livro de auras
(1994),
Livro de possuídos
(2002),
Alumbramentos
(Jabuti de Poesia de 2012), Terceto para o fim dos tempos (2017) e o de ficções
Inquilina do intervalo
(2005), todos editados pela Iluminuras, para além de mais de centena de ensaios e artigos divulgados em periódicos especializados. Da sua correspondência com Vergílio Ferreira, doou 35 cartas para os reservados da Universidade de Évora, e da sua correspondência com Herberto Helder, 52 cartas para os reservados da Universidade da Madeira. Foi indicada (pela Universidade de Évora) para o Prêmio Vergílio Ferreira (2016).
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9786555192216 |
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Pré venda | Não |
Biografia do autor | Ensinou Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na Universidade de São Paulo onde, em 1973, obteve o grau de mestre com a tese O Discurso à procura do Discurso: Estudo dos Romances de Primeira Pessoa de Vergílio Ferreira. Preparou a tese de doutoramento sobre A Poética de Herberto Helder. É professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Sergipe[2]. Ganhou o 54º Prêmio Jabuti por seu livro Alumbramentos. |
Peso | 210g |
Autor para link | DAL FARRA MARIA LUCIA |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 21 x 14 x 1.2 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 148 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2024 |
Código Interno | 1103658 |
Código de barras | 9786555192216 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | DAL FARRA, MARIA LUCIA |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |