Por que motivo, à medida que a Ciência avança, esta questão se torna para nós cada vez mais importante e fascinante? Em primeiro lugar, sem dúvida, pela eterna, muito subjectiva e desde logo suspeita razão de que este é um assunto que nos diz directamente respeito e ao qual estamos muito ligados. Mas também porque, e ainda mais (e desta vez fora de qualquer fraqueza antropocêntrica) começamos a interiorizar, mesmo em função dos últimos progressos dos nossos conhecimentos, a ideia de que o Homem ocupa uma posição-chave, uma posição de eixo principal, uma posição polar no Mundo. Se bem que nos bastasse compreender o Homem para compreender o Universo, tal como o Universo seria incompreensível se nele não conseguíssemos integrar de forma coerente o Homem inteiro, sem deformação, o Homem todo, digo bem, não só com os seus membros, mas com o seu pensamento. Aparentemente uma 'espécie' - um simples ramo separado do ramo dos Primatas - mas que se revela dotado de propriedades biológicas absolutamente prodigiosas. Coisa vulgar; mas levada a um excesso invulgar... Para conseguir tais efeitos de invasão e transformação sobre tudo o que a rodeia, não terá a 'Matéria hominizada' (único objecto directo das preocupações do cientista) de conter uma força prodigiosa, ser a Vida levada ao extremo, isto é, representar afinal o tecido cósmico no seu estado mais completo, mais acabado, no campo da nossa experiência?