Em ensaios que visam inserir e posicionar o pensamento de Gyorgy Lukács nas questões mais proeminentes dos séculos XX e XXI, o filósofo Nicolas Tertulian, intimo da obra do pensador, o articula em relação à escritos de coetâneos tais como Adorno, Brecht, Sartre, Heidegger e Schmitt. A coletânea Lukács e Seus Contemporâneos, traduzida por Pedro Campos Araújo Corgozinho, é produto de estudos e pesquisas acerca da obra madura de György Lukács, e pretende relacionar os escritos do pensador marxista aos ideias de diversos pensadores. O caminho proposto por Tertulian volta-se a comprovação de que a ontologia marxista concebida por Lukács é capaz de tratar de temas absolutamente atuais e, apesar de tangenciar debates filosóficos relevantes aos séculos XX e XXI, passam, majoritariamente, por discussões e contraposições político-sociais. Assim, a ontologia não é tratada de maneira escolástica e professoral, mas sim enfoca, como prescrevem ambos, Tertulian e Lukács, a presença da atividade humana na conformação do próprio ser social, não se confundindo com qualquer fundamentação transcendental de uma ordem predeterminada. À semelhança de seu objeto de estudo, e a fim de provar a superioridade teórica dos escritos lukacsnianos, Tertulian baseia sua defesa na urgência da emancipação humana, de uma vida plena de sentido, possibilitada somente pela mudança essencial da sociedade moderna.´