Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos, lançado pela primeira vez em 1959, é um dos trabalhos mais importantes e conhecidos de Astrojildo Pereira. O autor traz uma detalhada análise sobre a vida e obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira, revelando um escritor perspicaz, crítico atento e sensível e um romancista com forte sentido político e social.
No ano do centenário de fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Boitempo e a Fundação Astrojildo Pereira relançam essa importante obra com a inclusão de alguns textos, atualização gramatical e uma padronização editorial. Os textos introdutórios das edições passadas foram suprimidos e novos foram incorporados, havendo uma exceção no caso do escrito de José Paulo Netto. Quase 30 anos depois da redação de “Astrojildo: política e cultura”, Paulo Netto retomou o seu texto e preparou uma nova versão que abre a presente edição como seu prefácio. O historiador Luccas Eduardo Maldonado assina a orelha. As ilustrações de Claudio de Oliveira utilizadas na terceira edição foram mantidas na atual.
Alguns anexos foram incorporados como a crônica “A última visita” de Euclides da Cunha (1866-1909), na qual relata a visita de Astrojildo ao leito de morte de Machado de Assis. Outro incremento foi “Machado de Assis é nosso, é do povo” de Astrojildo, publicado em novembro de 1938 na ocasião dos 30 anos do falecimento do Bruxo do Cosme Velho. O texto apareceu originalmente na Revista Proletária, periódico vinculado ao PCB que tinha uma circulação extremamente restrita devido à ditadura do Estado Novo. Um artigo do militante comunista Rui Facó (1913-1963), intitulado “Em memória de Machado de Assis”, foi anexado. Esse texto apareceu originalmente em 27 de setembro de 1958 no Voz Operária, jornal oficial do comitê central do PCB, e fazia uma homenagem ao fundador da ABL no cinquentenário de sua morte. Por fim, inclui-se também uma resenha de Machado de Assis de Astrojildo escrita por Otto Maria Carpeaux, intitulada “Tradição e Revolução”.