José Maria Eça de Queiroz nasceu em 1845, em Póvoa do Varzim. Tendo estudado no Porto, diplomou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Coimbra. Foi cônsul português em Cuba, na Inglaterra e em Paris. Colaborador assíduo de vários periódicos - Gazeta de Portugal, Districto de Évora e A Actualidade - , Eça notabilizou-se pela sátira mordaz à sociedade portuguesa. Com Ramalho Urtigão, membro também do chamado "grupo dos cinco" - junto com Oliveira Martins, Antero de Quental e Guerra Junqueiro - , escreveu 'O Mistério da Estrada de Sintra' e 'As Farpas', contundente denúncia dos costumes da elite. Foi ainda o tradutor para o português de 'As Minas do Rei Salomão', de Rider Haggard, e manteve uma contribuição regular na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. Inspirado pela vertente naturalista do romance francês (Flaubert, Zola), notabilizou-se pela veia irônica na crítica social engajada e anticlerial: 'O Crime do Padre Amaro', 'O Primo Basílio', 'O Mandarim', 'A Relíquia. Pouco a pouco,o estilo coloriu-se de certa densidade psicológica, da qual 'Os Maias' é exemplo maior. Fundou em Paris, com o jornalista Martinho Botelho, a Revista Moderna, mantinha, entre outros colaboradores, o amigo Eduardo Prado. No molde de todas as demais da época, a publicação pretendia divulgar e analisar os acontecimentos literários e culturais, os "vastos e complicados movimentos do Pensamento e da Ação", a lógica "impertubável epositiva dos fenômenos sociais". Ali na revista se gestariam alguns dos melhores romance de Eça: A Ilustre Casa de Ramires e 'Os Maias'. São obras póstumas: 'A Ilustre Casa de Ramires', 'A Correspondência de Fradique Mendes', 'A Cidade e as Serras', 'Contos', 'A Capital', 'Alves & Cia.', 'Tragédia da Rua das Flores'. Vasta ainda é a correspondência mantida em jornais brasileiros, de onde surgiram as 'Cartas de Inglaterra', 'Cartas Familiares' e 'Ecos de Paris'.