Embora continuem a existir fisicamente serviços designados por Unidades de Cuidados Intensivos, a Medicina Intensiva transcende as suas paredes. É necessária em qualquer local onde se encontre o doente crítico desde o pré-hospitalar às enfermarias, passando pela urgência e pelos blocos operatórios. É ainda decisiva na tomada de decisão sobre práticas e procedimentos e contribui para a otimização dos recursos humanos e técnicos disponíveis. Com efeito, tem havido uma evolução demográfica dos doentes internados, que são cada vez mais idosos, com maior número de comorbilidades e submetidos a intervenções cada vez mais ousadas. Daí que a Medicina Intensiva seja hoje uma área multidisciplinar, que desenvolveu um corpo de conhecimentos próprio e assumiu um conjunto de técnicas classicamente identificadas com outras especialidades. É igualmente uma filosofia de abordagem do doente crítico, cuja necessidade formativa constitui um imperativo técnico, científico e moral para qualquer médico. Este Manual, escrito por uma equipa de autores de renome, destina-se a todos os que, no dia a dia, contactam com a complexidade e diversidade nosológica dos doentes nos diferentes locais do hospital, e aos alunos ou internos em fase de aprendizagem etreino.