Este livro apresenta um debate fundamental que articula teoria com pesquisa documental e etnográfica, apresentando as vozes dos sujeitos Sem Terra e do Movimento Hip Hop que evidenciam um conjunto de estratégias políticas construídas, em marcha constante, nos quase 40 anos do MST na sua luta por terra, Reforma Agrária Popular e mudanças sociais.
E também aborda a luta de parte do Movimento Hip Hop, que trabalha a formação cultural e política nas periferias urbanas, tendo como foco a luta de classes e como inspiração a forma de organização e luta do MST.
O livro reflete sobre a construção da hegemonia popular na luta do MST em quatro níveis: produção do espaço, comunicação/socialização política, produção/mediação cultural e artística e educação/formação, analisando o período histórico de formação desse movimento social abordando da sua gênese, a princípios dos anos 1980, até o VI Congresso Nacional realizado em 2014.
Aqui se evidenciam as principais mudanças sofridas pelo Movimento em sua história e as nuances de seus processos de formação, comunicação e de socialização política com a cidade e o trabalhador urbano, conforme o contexto histórico, as características das lutas políticas e de classe em cada período analisado. Neste sentido, aponta que o MST se encontra em uma nova encruzilhada histórica acerca do seu futuro, que envolve equacionar a radicalidade de suas lutas e as estratégias sociais, comunicacionais e políticas de sobrevivência da organização.
Solange I. Engelmann