'Marco zero II — Chão' tem apresentação de Roger Bastide e prefácio de Antônio Celso Ferreira. O segundo e afinal último volume da pentalogia inacabada (1945), apesar do subtítulo, não trata, como outros romances da época, da terra e suas questões, mas ao contrário. “É essencialmente urbano. [...] Onde está ela [a terra]? Está nas carteiras dos banqueiros, nas letras de câmbio dos capitalistas. Chão é o momento da crise em que o valor da terra deixa de ser um valor de produção para ser um valorde troca. A esse fato sociológico corresponde um fato psíquico: o fator telúrico cede lugar à saudade da propriedade, a uma decomposição dos sentimentos e a uma desorganização moral na alma dos velhos proprietários. Verdadeiramente, o título é muitobem achado na sua ironia! [...] Já se notou que os escritores brasileiros gostam muito de misturar discussões de idéias aos seus romances [...]. Não devemos, pois, considerar como idéias de Oswald de Andrade as idéias dispersas em Chão. São pontos de vista e, para ficarmos mais perto da técnica oswaldiana, digamos que são tomadas de vista cinematográficas da realidade paulista através de mentalidades diferentes de integralistas, comunistas, revolucionários cristãos, ou, ainda, da arte através de doutrinadores da arte pura e da arte utilitária a serviço do povo”.