Os textos reunidos neste livro, produzidos entre 1993 e 2006, foram escritos – à parte “As origens da democracia” – no calor da hora. E trazem gravadas, como é inevitável em tais casos, as marcas explícitas do testemunho pessoal e do momento histórico, em estilo não raro contundente e ácido. No entanto, o autor acredita que seu valor maior está em insistir recorrentemente em fatos e dados que, apesar de recentes, parecem ter desaparecido da memória nacional, tragados pela coragem das sucessivas e intempestivas mudanças, pela pregação fake de uma pseudoesquerda que perdeu seu rumo e seu discurso e pela cegueira de uma elite intelectual despreparada para entender seu próprio tempo. Mas como poderia ser diferente em um país que em poucos anos foi convulsionado por transformações que na Europa e nos Estados Unidos ocorrem ao longo de dois ou três séculos? O que aconteceu com a Igreja no Brasil? Por que, na virada do século, instituições e colégios católicos se tornaram centros de doutrinação política, não raro de linha marxista-leninista? Como nasceu a tragédia brasileira, com seus mais de 110 milhões de habitantes em menos de meio século e 60 mil assassinatos por ano? Será a social-democracia uma alternativa viável? E como nasceu a democracia no Ocidente? Em estilo claro e contundente, J. H. Dacanal analisa nestes ensaios questões candentes da realidade brasileira das últimas décadas. Mas se Você prefere fechar os olhos para a realidade que nos cerca, não leia este livro.