Uma veemente denúncia do excesso de medicação. Cresce a consciência de que são prescritos demasiados exames e medicamentos. Muitos são inúteis. O excesso não faz bem a nenhum de nós: cidadãos, pacientes, médicos. A medicina deve diagnosticar e tratar as doenças, e cumpre bem essa tarefa. Nas últimas décadas, ela obteve êxitos extraordinários que permitiram curar doenças letais, reduzir os sofrimentos e prolongar a vida. Contudo, o nosso bem-estar também depende de fatores que não podem ser investigados com exames de laboratório nem são curáveis com medicamentos: trabalho, relações pessoais, condições econômicas. Ainda assim, várias pessoas vão ao médico por qualquer incômodo, obtendo prescrições de exames provavelmente inúteis, desencadeando tratamentos que muitas vezes não resolvem o problema, mas criam ansiedade e induzem efeitos piores do que o incômodo inicial. Nessa obra, Marco Bobbio explica as diferentes razões do ex-cesso de tratamento: o desconforto de viver com a incerteza, a necessidade de questionar a própria saúde, a confiança exagerada nos potenciais da medicina, a pressão da indústria para criar a necessidade de terapias e exames. Finalmente, a medicina “defensiva” induz uma excessiva prescrição de exames para evitar denúncias e pedidos de indenização.
""A iniciativa do Instituto Norberto Bobbio – Cultura, Democracia e Direitos Humanos, entidade sem fins econômicos, por meio de seu presidente, Celso de Souza Azzi, de promover a tradução da versão original do livro e de permitir, assim, a divulgação de seu conteúdo merece todo nosso reconhecimento. (Dario Birolini, cirurgião geral e professor emérito da Faculdade de Medicina da USP)""
""Trata-se de uma leitura necessária e útil, que implica uma profunda reflexão sobre o cotidiano do trabalho médico, com grande capacidade de induzir uma verdadeira transformação na maneira com que enxergamos a prática médica. A publicação da obra Medicina Demais, em um momento em que o movimento Slow Medicine Brasil amadurece e sua filosofia e princípios começam a ser conhecidos e discutidos na mídia, nos corredores dos hospitais e centros de saúde, nas instituições de ensino e nos consultórios médicos, vem a tornar-se um grande baluarte para a difusão de uma medicina sóbria, respeitosa e justa. (José Carlos Campos Velho, médico geriatra e editor do site Slow Medicine Brasil)""