Como ler Machado de Assis, o genial escritor brasileiro, autor de uma obra tão rica quanto multifacetada? Esta nova edição de Memórias póstumas de Brás Cubas, um dos principais romances do autor, tem o objetivo de auxiliar o leitor a penetrar no mundo e a conhecer a mente de Machado de Assis. Revista e cotejada com a edição crítica do Instituto Nacional do Livro estabelecida pela Comissão Machado de Assis, traz, além de notas abundantes e de fácil compreensão, um farto material que possibilita um melhor entendimento sobre o autor e sua obra: uma biografia, uma cronologia, um panorama cultural do Rio de Janeiro e mapas da época. O narrador-protagonista do livro é um homem oriundo da elite brasileira do século XIX, que nunca trabalhou e nada criou ao longo da vida. Uma vez morto, ele decide repassar a própria existência. Com sua voz saída da morte, Brás Cubas não poupa nada nem ninguém do seu olhar deliciosamente irônico. Provocativo, inteligente ao mais alto grau e hilariante, Memórias póstumas – romance que colocou a literatura brasileira no patamar das maiores do mundo – também revela, como poucas obras, as mais obscuras engrenagens da sociedade brasileira. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis constrói na figura de um "defunto-autor" e não um "autor-defunto" – como bem se define o próprio Brás Cubas –, o motivo central de sua crítica à sociedade, pois estando distanciado do mundo dos vivos, o morto Brás Cubas destrói, a partir de suas relações socias, a sociedade do Brasil do século XIX, com seus vícios, seu parasitismo e suas mesquinharias.