A partir da experiência dos discípulos de Jesus e do movimento de Canudos, o autor propõe uma visão do messianismo a partir das vítimas. Esta proposta considera que o estudo atual do messianismo depara com um verdadeiro e emblemático problema: de acordo com o grupo social é possível desenvolver caminhos messiânicos distintos. Embora tenha sempre predominado entre os estudiosos a idéia de uma messianismo a partir da realidade de pobreza e da busca de superação dos males sociais, existe também a forma de messianismo da classe dominante. Ambas as concepções trabalham com a mesma lógica: o Messias que muda a realidade histórica porque é vitorioso e eficaz. No entanto, tal ideal messiânico nunca se concretiza, ou realiza-se apenas parcialmente.A partir dessa frustação surge o caminho da abstração, do desencadeamento e do adiamento da vitória para um futuro distante. Nisso está a base da crise que se instala nos movimentos populares atualmente. Considerando essa situação, esse livro propõeuma nova leitura do messianismo a partir da experiência da messianidade de um derrotado. Trata-se de uma alternativa à idéia dominante: ao invés de um messias vitorioso e vencedor, um messias justo e solidário, mesmo que derrotado.