O livro reúne artigos fruto de pesquisas e de debates realizados pelos palestrantes na quinta edição do Seminário Nacional Metrópole: Governo, Sociedade e Território, evento realizado em dezembro de 2018 e que buscou refletir sobre crise societária, análise de conjuntura e possibilidades de diálogos interdisciplinares. Inspirado nas ideias e conceitos que sinalizam caminhos possíveis da ação social, o encontro buscou reunir ferramentas teórico-conceituais e experiências práticas de lutas voltadas ao desvendamento de relações sociedade/espaço e conduzidas por racionalidades alternativas. Metrópole e crise societária: resistir para existir trata de uma conjuntura que, para Ana Clara Torres Ribeiro, poderia ser compreendida como uma crise que vai muito além da crise econômica e da crise política; inscreve-se nos conflitos de base filosófica, humanista e política; inscreve-se no tecido social, nos confrontos fundiários, no espaço construído das cidades, em especial nas metrópoles. Nas palavras da autora, não se trata de crise da modernidade, de crise do capitalismo, de crise da civilização ocidental. É tudo isso, mas não é bem isso (RIBEIRO, 2012, p. 86). É a crise que atinge valores sociais, legitimidade da ação política e conteúdo das crenças coletivas; é a crise das referências existenciais, que ?sinaliza esgotamento da modernidade e dos projetos civilizatórios e que tem como alguns de seus determinantes: os impactos culturais da hegemonia do capital financeiro, a excessiva racionalização das interações sociais e o monitoramento mercantil do espaço herdado (Ibid.). A crise societária, em sua visão, é a crise das totalidades sociais. Deste diálogo interdisciplinar, destacamos a cartografia do sujeito e busca pela ação social, em gestos e sinais de resistência, que nos inspiram a refletir e agir em contextos sombrios. Tratamos de contribuir para uma ciência corporificada, que reconhece as diversas formas de narrar e resistir na vida metropolitana, com a sensibilidade que o tema exige.