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Sinopse
Meus seios, com seu título enigmático e irônico, e talvez também agônico, é uma expressão poética que engendra e percorre os grandes impasses da lírica na modernidade capitalista, e nesta periferia de quase todos os pecados. O eu lírico mergulha nas conexões que constituem o sujeito problemático (que já não pode ser herói), percebido sempre instável e o social que ataca e corrói. Também presentes os fantasmas dos tempos – e do tempo – com dimensões de horror e morte, e tudo em busca de palavras poéticas ou antipoéticas, que se estranham na interioridade e na voz do sujeito.
“E daí a idéia de antinomia/ residir na mesma frase/ debatendo-se antes do som/ ou formação da memória,/ um pé em cada margem do rio/ sínodo/ de uma idade em resumo/ sempiterna desrazão”. Esses versos ressoam a poderosa observação de Walter Benjamin sobre a astúcia poética do fundador da poesia moderna, o poeta francês Charles Baudelaire. E não ressoam por acaso, porque Zé Rodrigo leu ambos e leu também, e muito bem, os grandes da poesia moderna no Brasil e alhures. E isso está em sua poesia, como o leitor poderá constatar.
O livro está organizado, com rigor, em 4 partes: a primeira uma espécie de acerto de contas (também baudelairiano) com o leitor de poesia, que por sua vez parodia implacavelmente as ditas “artes poéticas” de velha tradição. A segunda parte são as “naus da iniciação”, percurso tenso e problemático da viagem a ser encetada juntamente com o leitor, mas também com os não-leitores. É um início com o tratamento e o desarmamento da inumerável fragmentação, que, atualmente, nos tortura e aliena. E ainda com espaços ambíguos para homenagens.
A terceira parte, “transforma-se o amador na coisa amada”, retoma lírica e parodicamente o célebre soneto camoniano, mas só no título, porque essa parte se constitui na tradução livre de um texto de Paul Valéry, a todos os títulos uma discussão fundamental do fazer poético, da poesia na modernidade e das situações do poeta. A quarta parte: “A cidade e seus mortos” temos um Zé Rodrigo mais pessoal, embora sempre social, imerso em problemas de ampla gama, da vida e da morte, da solidão, do sexo tenso e de algum desamparo, em especial, e da cidade de São Paulo, tida como destino e fatalidade.
Meus seios também tem humor, sarcasmos, jogos, ironias e prenuncia, num poeta de enorme vocação, a presença de uma voz nova, que certamente poderá construir caminhos ainda não percorridos pela nossa poesia contemporânea.
Valentim Facioli
Sobre o autor: José Rodrigo Rodriguez é poeta, professor e pesquisador. Estuda Direito e Filosofia; também escreve livros em prosa. Este é seu primeiro livro de poemas.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788586372872 |
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Pré venda | Não |
Peso | 130g |
Autor para link | RODRIGUEZ JOSE RODRIGO |
Livro disponível - pronta entrega | Não |
Dimensões | 18 x 12 x 1.5 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 192 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2005 |
Código Interno | 609966 |
Código de barras | 9788586372872 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | RODRIGUEZ, JOSE RODRIGO |
Editora | NANKIN EDITORIAL |
Sob encomenda | Sim |