Vivemos no mundo do apego e do consumo. Agarramo-nos no que conquistamos e ainda assim sofremos. Ainda queremos mais e temos que ficar atentos para que o que conquistamos não nos seja tomado. Como conviver com uma situação antagônica entre o possuir e o não possuir? O sofrimento está embutido nas duas. Então posso usar um terno Armani, possuir um carro Ferrari, um relógio Rolex e uma passagem no avião de turismo do Josef Bezos? Sim, porém não pode se apegar a eles, pois a pena é um imenso sofrimento. Para compreender esse paradoxo, viver em paz, ter controle do ego, a prática da meditação dhyana, ou atenção plena, ou mindfulness, se apresenta enquanto possibilidade para aquietar o interior e estancar o sofrimento no ocidente. Prática oriental milenar que se difundiu e se adaptou por onde passou até chegar ao ocidente, Mindfulness trata do ser vivo, e vivo no seu sentido mais radical, mais subversivo: o ser vivo que muda o ambiente. E o Mindfulness é o ato de reconhecer nossa própria natureza interior. Honrando a referência da tradição oriental e as raízes do saber ocidental, David Wilson abre caminho para que essas práticas cheguem até as pessoas no seu cotidiano, na sua luta e pela busca da felicidade. David Wilson é médico, psicanalista formado e especializado em psiquiatria, atuando em consultório em São Paulo há mais de 30 anos. Pratica mindfulness há cerca de duas décadas, tendo iniciado, já alguns anos, avenidas de diálogo entre as ciências de saúde e as tradições filosóficas do Ocidente, por um lado, e as tradições contemplativas por outros, procurando lidar com os desafios da saúde humana, tal como ele vêm se apresentando em anos recentes.