Em Mobilidade e superexploração do trabalho: o enigma da circulação, dando prosseguimento a investigações anteriores sobre as condições de constituição e reprodução social da pequena produção rural, por um lado, e, por outro, sobre as especificidades do exército de reserva nas formações dependentes, Gil Felix analisa processos sociais de mobilidade espacial e de circulação mercantil da força de trabalho a partir de dados de uma etapa de pesquisa realizada junto a trabalhadores de um grande projeto da indústria da mineração na Amazônia Oriental.Considerando os percursos desses trabalhadores junto a processos em curso no mundo do trabalho e frisando as tendências globais de aceleração e amplificação da circulação mercantil da força de trabalho das últimas décadas, o autor conclui que esses processos implicam em uma maior aproximação entre o exército ativo e o exército de reserva e, dessa forma, em uma nova condição imposta à classe trabalhadora.O livro, ao condensar estudos realizados pelo autor ao longo das últimas duas décadas e ao analisar de forma sistemática diferentes etapas de pesquisa empírica levadas a cabo desde 2005, pode interessar, em especial, a quem transita criticamente pelas ciências sociais contemporâneas e que estuda ou pesquisa temas como: classe trabalhadora, mobilidade, superexploração, circulação, exército de reserva, indústria da mineração, frentes de expansão, Amazônia e luta de classes na atualidade.Dado o estado dos debates em curso nos centros de pesquisa situados nos países centrais, voltado, por exemplo, para o devido entendimento das metamorfoses do trabalho e dos trabalhadores em todo o mundo, bem como as ideias que vêm sendo apresentadas, este livro, particularmente, contribui para uma releitura das teses originalmente formuladas no âmbito da teoria social e da política revolucionária latino-americana no contexto do capitalismo contemporâneo.