O fazer da Psicopedagogia no terceiro milênio – também visto na perspectiva da Epistemologia Convergente – traz, conjuntamente, dois desafios principais e indissociáveis: aperfeiçoar os resultados alcançados e abordar as eventuais provocações do futuro. O aperfeiçoamento dos resultados alcançados pode ser generalizado sob a ideia de uma definição mais inclusiva e profunda do objeto de estudo da Psicopedagogia e, vale dizer, da aprendizagem e dos recursos diagnósticos, preventivos e assistenciais utilizados nas quatro unidades de análises já mencionadas. Mesmo que os resultados pré-citados tragam uma clara dedicação ao sujeito individual, nos quais se privilegiam os aspectos cognitivos e afetivos (como construções sociais), acho indispensável levar a cabo investigações clínicas e experimentais que aprofundem mais especificamente essa interação em situações de aprendizagem. Até agora, foram estudados três fenômenos: os da dimensão cognitiva, os da dimensão afetiva e os da interação entre ambos. O que falta estudar é a influência que a aprendizagem produz em ambas as dimensões e na interação [...]. Também é necessário aprofundar-se nos conceitos de aprendizagem grupal, institucional e comunitária. Indivíduo, grupo, instituição e comunidade são, sem dúvida alguma, organismos vivos que aprendem. [...] Assim mesmo, cabe mencionar que, muito provavelmente, a Psicopedagogia deva incorporar, ao estudo dos mecanismos de aprendizagem, uma nova e quinta unidade de análise: “a cultura”. [...] Sem lugar a dúvidas, no momento atual, em função dos avanços tecnológicos que facilitam a comunicação, essa unidade de análise adquire uma relevância fundamental; ao mesmo tempo em que encerra a série das cinco unidades, reverte-se sobre cada uma e sobre o indivíduo muito especialmente, fazendo que, nele, seja introduzido um conjunto de valores e condutas.