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Sinopse
Não foram poucos, na modernidade, os que decidiram
refletir
sobre a dança, como ponto de partida para suas peças. Para ficar só em dois exemplos: movimentos cruciais, como, de um lado, o grupo americano da Judson Church e, de outro, a alemã Pina Bausch, estão separados tanto geográfica quanto temporalmente, mas ambos exibem grandes mudanças na maneira de se entender a dança, recolocando, cada um a seu modo, a questão do gesto e da representação.
São movimentos que só agora estão sendo destilados; e Gil os põe em foco, passando ainda por Cunningham e pelo pós-modernismo: “Em Cunningham a consciência do corpo governa a consciência”. Mas que isso não seja mal entendido: “o sentido da dança é o próprio
ato
de dançar. [...] O gesto tende a encarnar o sentido. É o movimento do sentido que agora vemos no corpo do bailarino. Porque a dança cria um plano de imanência, o sentido desposa imediatamente o movimento”.
A
consciência
do corpo porta a comunicação
inconsciente
do movimento. Neste sentido, com linguagem caracteristicamente rigorosa e sugestiva, Gil aborda a relação do corpo proposta por Steve Paxton (na técnica de contato improvisação) como uma
comunicação de inconscientes:
“é o corpo que estabelece a mediação entre o pensamento e o mundo”.
Para Gil, enquanto Cunningham procura libertar a dança de certos espartilhos, Yvone Reiner e Steve Paxton queriam libertar os corpos, quebrando
todas
as normas. E é um tal questionamento que nos dá instrumentos para ver a dança hoje.
Já o descrédito da representação e a insistência na presença do bailarino são legados de Bausch. Para ela, uma palavra vem rodeada de emoções não definidas, de tecidos esfiapados de afetos, de esboços de movimentos corporais, de vibrações mudas. Forma-se uma atmosfera não verbal, que rodeia toda a linguagem.
Em todos esses casos, é a dança que “articula o sentido e o não sentido”, que nos faz compreender o “real” e o “irreal”. A dança é o “ato puro das metamorfoses”, ou o “devir puro da vida”. Cabe a Gil, então, tecer essa trama da pós-modernidade na dança, em suas complexas e inspiradoras relações de sentido. E a dança, então, ressurge como potência fundamental, no reino da acidental contingência: “Dançar é criar imanência graças ao movimento. Dançar é fluir na imanência”.
Inês Bogéa
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788573212099 |
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Tradutor para link | SERRAS PEREIRA MIGUEL |
Subtítulo | O CORPO E A DANÇA |
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Nascido em Muecate, Moçambique, estudou Matemática, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, antes de partir para França. Licenciou-se em Filosofia, pela Universidade de Paris, em 1968. Um ano depois obteve o grau de mestre com uma tese sobre a moral de Immanuel Kant. Iniciou a sua carreira como professor do ensino secundário. José Gil foi considerado pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, um dos 25 grandes pensadores do mundo. |
Peso | 200g |
Autor para link | GIL JOSE |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 21 x 14 x 1 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 208 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2020 |
Código Interno | 206062 |
Código de barras | 9788573212099 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | GIL, JOSE |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |
Tradutor | SERRAS PEREIRA, MIGUEL |