O livro descreve e analisa um conjunto particular de atividades e comportamentos, os quais, não obstante a heterogeneidade que à primeira vista exibem, configuram um circuito bem delimitado na dinâmica e na paisagem da cidade. As pessoas que fazem parte do ¿circuito neo-esotérico¿, como foi denominado, distinguem-se pela busca de novas modalidades de cultivo de seu mundo interior que inclui, para muitas delas, as dimensões da espiritualidade e do sagrado: suas fontes de inspiração são filosofias e sistemas religiosos orientais, antigos saberes ocultistas, correntes espiritualistas, cosmologias indígenas, propostas ecológicas. Não se trata, contudo, de uma busca individual e isolada. Essas pessoas - com diferentes graus de compreensão e envolvimento - desenvolvem um ¿estilo de vida¿ perfeitamente discernível no ambiente cosmopolita da metrópole. Práticas que muitas vezes são consideradas produto de escolhas meramente pessoais, resultando num bricolage de crenças e atividades das mais variadas origens, têm sua lógica e exibem regularidades nas formas de implantação e funcionamento.