Surgido na África, o Ebola colocou as pessoas e o mundo diante do perigo de extenção. Neste contexto, Véronique Tadjo dá voz a três personagens narradores: Baobab, confiante e memória essencial dos seres, Ebola, que não é o mal, mas um organismo que luta por sua sobrevivência, e Bat, portador do vírus. Testemunhas ou atores da tragédia, eles conversam sobre o lugar do homem, seu papel e suas responsabilidades em relação ao mundo do qual ele é o guardião. Baobab, primeira árvore, árvore eterna, árvore símbolo. Suas raízes penetram profundamente no coração do mundo, para protegê-lo da fúria do sol e do mau tempo. Ela buscará a luz suave, portadora da vida, para que ilumine a humanidade, ilumine as trevas e acalme os corações.
Pela voz da árvore, todos aqueles que lutaram contra os estragos do Ebola são apresentados. Homens, mulheres, crianças apanhadas no tumulto, ferozes lutadores pela sobrevivência dos outros e pela sua própria sobrevivência: o médico em traje de astronauta que, dia após dia, cuidava dos doentes numa tenda; a enfermeira-parteira cujos gestos e atenção trouxeram de volta um pouco de humanidade, os coveiros que, diante da hecatembe, enterraram os corpos na terra vermelha.
Na companhia dos homens, de Véronique Tadjo, é um romance importantíssimo para se pensar questões centrais do nosso tempo, como a ação destrutiva do homem sobre a natureza.