O maior negócio ilícito (em valores) do planeta envolve o tráfico de cocaína e de armas. De um lado, a cocaína é produzida especialmente em países como Colômbia, Peru e Bolívia. De outro, as armas provêm do mercado europeu e asiático, vendidas legalmente a pequenos países, muitas vezes, associados aos narcotraficantes (que recebem muito dinheiro para emitirem o documento necessário para a aquisição junto às fábricas, chamado Certificado Final de Usuário). Parte vem, também, do mercado negro, cujos arsenais foram abastecidos depois do desmantelamento dos exércitos regulares dos países da antiga União Soviética. As cifras envolvidas nessa modalidade de tráfico são astronômicas, fazendo com que mais e mais pessoas se arrisquem em busca do dinheiro fácil. Dezenas de bilhões de dólares são movimentados anualmente nos diversos níveis da hierarquia criminosa, servindo para comprar tudo o que for necessário (além de armas) para sua sobrevivência: equipamentos de informática; produtos químicos; pessoal altamente especializado; autoridades em diferentes níveis de comando (e em diferentes locais); e, muitas vezes, até aqueles que deveriam combatê-lo. É nesse conturbado ambiente que se passa nossa estória. Na Rota do Tráfico é uma obra ficcional que faz uso de um contexto verossímil para mostrar como é — ou poderia ser — o tráfico de cocaína e de armas no norte da América do Sul e do Brasil, facilitado pela pequena densidade populacional, pouco contingente policial, uma infinidade de grandes e pequenos rios (que servem como via de transporte) e grandes áreas tomadas pela floresta tropical. Além de personagens interessantes e bem caracterizados, são descritos alguns fatos reais sobre a ação de ONGs estrangeiras e de entidades religiosas, que funcionam sob fachadas de legalidade, mas que representam (extraoficialmente), na maioria dos casos, os interesses nem sempre lícitos de corporações estrangeiras, interessadas nas riquezas do nosso país.