Paul Baumer é filho de uma humilde família alemã durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Convencido de seu dever patriótico por adultos e professores, abandona os bancos escolares e junta-se às trincheiras de soldados alemães. Em pouco tempo, Paul se vê cercado por um ambiente de horror, vê meninos como ele perecerem e percebe que trocou a sua juventude por uma única e cruel certeza: a do absurdo da guerra, esteja-se do lado que se estiver. O clássico Nada de novo no front foi escrito pelo alemão Erich Maria Remarque (1898-1970) a partir das lembranças da sua participação na guerra, durante a qual foi ferido três vezes. Publicado primeiramente em folhetim e, em 1929, em livro, o romance atingiu um sucesso imediato, vendendo 500 mil exemplares somente na Alemanha. Até então, na literatura, a guerra era retratada como um pano de fundo para romances de aventura ou com neutralidade, e era admissível como solução para conflitos políticos. Com a obra-prima de Remarque, pela primeira vez foi dado um tratamento radicalmente pacifista à experiência da guerra – razão pela qual o livro é considerado o fundador do caráter pacifista que habita a moderna literatura ocidental e o próprio pensamento intelectual até hoje. As ânsias do autor, que teve seus livros proibidos e queimados pelas autoridades nazistas, foram de encontro às da população de um mundo traumatizado pelo conflito e temeroso (não sem razão, mostraria a história) por um novo embate. Em 1930, o livro foi levado ao cinema pelo diretor Lewis Milestone, alcançando também sucesso mundial e fama de filme cult. Nada de novo no front é não apenas atual, como conserva intacta a sua força criadora e o seu poder de emocionar o leitor. A obra foi traduzida para 58 línguas e já vendeu mais de 10 milhões de exemplares no mundo todo.