Como tratar uma figura histórica que sempre despertou tantas paixões e ódios? Um homem inteligente, curioso e ressentido que apaziguou os ânimos de um país ainda em convulsões por causa da Revolução de 1789, criou leis modernas e ambicionou uma Europa unida sob a bandeira do Império Francês.
Em Napoleão, o biógrafo André Maurois apresenta a complexidade do imperador apresentando sua personalidade, seus acertos e erros. “Sem dúvida, deve seu fracasso final a uma imaginação muito viva. Seus planos eram admiráveis, mas ele os fazia em excesso. A arte suprema não é ter sucesso, é saber parar”, sentencia o autor.
O texto de Maurois, mescla de relato jornalístico e narrativa histórico-literária, conduz o leitor a participar dos questionamentos a respeito das mudanças ocorridas a cada fase da vida de Napoleão. O livro revela as lendas e os fatos, as forças e as limitações, os blefes e as certezas, a idealização e o homem real, além de apresentar um caráter de entretenimento por meio de uma série de curiosidades relacionadas ao comportamento do imperador e acontecimentos em seu entorno.
A surpreendente vida de Napoleão é minuciosamente perscrutada também com imagens que representam toda a sua trajetória, da casa em que nasceu até os retratos do final de sua vida, exilado na ilha de Santa Helena.
O leitor conhecerá a família de Bonaparte, sua criação, seu talento excepcional já na Escola Militar, sua nomeação como oficial aos dezesseis anos e, posteriormente, como tenente-coronel, seu progresso como estrategista, a nomeação de comandante, suas falhas e fracassos, suas paixões e traições, a formação de seu império, o esforço para se manter no poder, a decadência — “Preciso de solidão e isolamento, a grandeza me aborrece, as emoções secaram, a glória é insípida, aos vinte e nove anos estou saciado” (trecho de carta de Napoleão ao irmão José pouco antes de uma reviravolta fazê-lo assumir o governo em Paris).