Este livro da artista Niura Bellavinha é fruto de exposição homônima realizada no Oi Futuro com curadoria de Alberto Saraiva. Apresenta a essência do panorama conceitual da artista, destacando-se principalmente seus trabalhos em vídeo, fotografia e performance. Entre o final dos anos 1980 e o início de 1990, a artista promove uma significativa passagem da pintura convencional para um novo procedimento pictórico. Repensando a noção de tela como plano-trama, passa a pintar com jatos de água a partir da parte de trás da tela, provocando manchas e formas que ela nomeia de 'infiltrações'. As fases de seu trabalho são passagens conceituais graduais e permanentes. Ela não é uma artista da chamada geração 80, mas uma herdeira dos processos fundados por Lygia Clark e Hélio Oiticica e atravessados por Alberto da Veiga Guignard em conexões inesperadas. Desse modo, sua pintura transcorrerá causando permanentemente pequenas revoluções internas. Salta aos olhos a poética da artista que explora, como potências e elementos constitutivos, a cor e a construção sensível, com trabalhos singulares e antológicos que incluem suas principais instalações e interferências urbanas. Todas essas facetas estão, de algum modo, representadas nesta publicação, que é seu primeiro livro. Incluindo o destacado média-metragem NháNhá, filmado no interior de Minas Gerais. Trata-se de um mapeamento de sua obra conceitual que compõe importantes propostas para a arte do século XXI. Esta edição bilíngue (português/inglês) foi realizada em parceria com o Oi Futuro e faz parte da Coleção Arte e Tecnologia.