A diferença entre um mundo plácido e o outro de um fulgor que incendeia. Escrever sobre a morte de um amigo querido. Não é fácil! É o que pensa o escritor deste livro entrar no psiquismo do Amaro, abatido pela doença mais mortal: a perda do maior de sua vida. A paixão do amor perdido e o vento cálido do verbo. Ambos em contraste alimentando-se na pessoa de um escritor relatando um amigo que quer morrer de dor.
A saudade do passado que está indo embora e merece viver num livro. A morte nos olhos da esperança, de um escritor e de um menino prontos para a vida que vem. E a linda Praça Osorio de Curitiba celebrando o tempo que passa ao lado em beleza e eternidade.
“Três universos de atenções que se misturavam e como separa-los! E, no entanto, era absolutamente necessário. Três vidas correndo-lhe paralelas e, ao mesmo tempo condensadas em um único discurso amestrado. Bastava o Amaro que lhe consumia bastante tempo e trabalho. Havia ainda a mulher que ele deveria isolar para não contamina-la com todas estas entrâncias pela vida invasora. Corriam no entanto como que separadas. Mas a sua cabeça vivia em estado de alerta constante. Na verdade, já ultrapassara o conceito de obra literária, por onde se metia e entrava disposto com as armas da defesa em socorro de vida: a verdade e coração, empenhado até o pescoço no risco de cair em uma vala de dificil superação na tradução da vida....”
“O que lhe socorria nestes termos bicudos era a Ana, anjo de bondade e paciência que lhe escutava e dava sossego aconselhando-o e dando-lhe de beber. E, o Lucas que era o seu bastião de pureza e crença no futuro que surgiria de uma humanidade nova”.