Ao contemplarmos a face de Cristo na Última Ceia e em cada celebração da Santa Missa, contemplamos o Seu amor, a encarnação da Divina Misericórdia, que “não conhece medida”. Quando Cristo instituiu a Sagrada Eucaristia declarou que o pão era o Seu Corpo entregue por nós e que o vinho era o Seu Sangue derramado por nós. A Santa Eucaristia não é somente um tomar parte no Corpo e Sangue de Cristo; não é simplesmente um banquete, mas é sempre, ao mesmo tempo, uma participação no sacrifício de Cristo. O Pão celestial, que é a Santa Eucaristia, é essencialmente sacrificial: é o Corpo e o Sangue de Cristo, oferecido e derramado por nós no momento em que Ele entregou a Sua vida por nós, na Cruz. O Sacrifício da Cruz é perpetuado em cada celebração da Missa. A comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo é sempre uma participação no sofrimento e na morte do Senhor. É importante entender que o sacrifício de Cristo é único. “A Eucaristia, deste modo, aplica aos homens e mulheres de hoje a reconciliação obtida por Cristo, de uma vez por todas, para a humanidade de todos os tempos”. É essa a grande maravilha e o tesouro da Santa Missa. A Missa não é um sacrifício adicional ao Calvário. Não é uma constante multiplicação do único sacrifício do Calvário. Ela é o sacrifício do Calvário, é a “representação comemorativa” do Calvário, a qual, pela caridade universal de Cristo, torna o seu “único e definitivo sacrifício redentor sempre presente no tempo”. No Sacrifício do Calvário, Cristo ofereceu-se completamente a Deus Pai; e Deus Pai, em resposta à total obediência do Seu Filho, deu a Cristo a vida eterna, ressuscitando-O de entre os mortos. No sacrifício eucarístico, Cristo torna presente, de uma maneira incruenta, o sacrifício do Calvário. Nós, a Igreja, ao participarmos do sacrifício de Cristo, somos chamados a oferecer-nos a nós mesmos em união com Cristo. Somos chamados a participar da Sua caridade universal, que não conhece limites. Pela Sagrada Eucaristia, Deus Pai responde ao nosso sacrifício com o dom da vida eterna. (Cardeal Raymond Leo Burke).