Em mais de cinco décadas, William R. “Bill” Rhodes trabalhou com chefes de Estado, líderes de grandes empresas e encabeçou importantes negociações de dívidas em todo o mundo. No Brasil, atuou como principal renegociador da dívida que assolou o país em setembro de 1982, e auxiliou na crise que afetou a Argentina e outros países latino-americanos nas décadas de 1980 e 1990.
Ele também foi um dos primeiros a vislumbrar a grande recessão de 2008, participando de importantes negociações internacionais envolvendo comércio, câmbio e endividamento.
Agora, lança no Brasil O banqueiro do mundo, em que explica como a renegociação de dívidas como a brasileira pode servir de exemplo para outros mercados. Em entrevista à Folha de S. Paulo em janeiro de 2012, ele afirmou que os países em crise na Europa “não quiseram aprender as lições postas em prática pelos latino-americanos” e que “os europeus se achavam diferentes”.
Ex-vice-presidente sênior e diretor de assuntos internacionais do Citigroup e do Citibank, Rhodes, em sua vasta experiência, assimilou valiosos ensinamentos sobre gestão em períodos de crise e, ainda mais importante, sobre como liderar de maneira prudente e efetiva para evitar que as crises ocorram.
Para ele, o tempo é sempre desfavorável em uma crise, pois os riscos de ela se espalhar estão inevitavelmente presentes.
A solução para gerenciá-la está em uma negociação paciente, persistente, que compreenda a cultura e as pressões sobre cada negociante de maneira a aproveitar momentos estratégicos e saber exatamente o momento de fechar um acordo.
Não é à toa que conquistou até a simpatia de Fidel Castro.
No livro, Rhodes partilha ainda detalhes de sua vivência no grupo Citi, englobando a negociação de uma ação estratégica em um dos principais bancos na China e a liderança da comunidade bancária internacional na abertura de escritórios na África do Sul, na China em Israel, na Europa Oriental e Central.
As histórias de O banqueiro do mundo, que tem prefácio assinado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, proporcionam uma série de reflexões relevantes para os dias de hoje.
A diversidade das crises abordadas e o panorama global de oportunidades bancárias discutido fazem dele uma obra única, leitura obrigatória para executivos de todas as áreas.