Em O caçador cibernético da rua treze, Fábio Kabral apresenta elementos da mitologia Iorubá em uma aventura futurista de tirar o fôlego. Com uma linguagem contemporânea, o autor cria um universo fantástico rico em detalhes, onde vive um povo melaninado, com visual arrojado e usuário de uma tecnologia avançada. Neste universo, chamado Ketu 3, vive João Arolê, um jovem negro, caçador de aluguel de espíritos malignos. Um personagem complexo, que assim como os deuses africanos é suscetível a incerteza e arca com as consequências de viver em um mundo em que bem e mal não pertencem a dimensões distintas. João tem crises de consciência, dúvidas e insônias. Tenta compensar as mortes que causou como forma de se livrar das consequências dos seus atos. Uma oportunidade de redenção surge quando uma série de assassinatos envolvendo celebridades de Ketu Três faz seu povo precisar de um herói que possa solucionar esta questão. O que João não sabe é que sua tentativa de redenção o colocará frente a frente com questões mal resolvidas do seu passado, personificadas em um caçador vingativo, que o reencontra para um derradeiro acerto de contas. Ao apropriar-se dos códigos do Afrofuturismo para narrar a emocionante trajetória de João Arolê, Fábio Kabral nos ensina sobre a cultura negra, os deuses e a ancestralidade, e nos oferece uma ótima história, daquelas que continuam nos acompanhando após a leitura. Um livro de aventura personalíssimo de deuses, heróis e monstros, que todo leitor apaixonado por aventura e fantasia merece conhecer.?