O samba em São Paulo tem uma história que se confunde com a própria história da cidade. Em 1914, nasce uma das principais manifestações “sambísticas” e carnavalescas de São Paulo, o Grupo Barra Funda, que foi fundado pelos irmãos Dionísio Barbosa e Luiz Barbosa.
Nos idos de 1956, Carlos Alberto Caetano (Carlão do Peruche), depois de passar uma grande temporada como tocador de surdo na Lavapés, funda o que hoje se tornou uma das mais importantes e tradicionais escolas de samba de São Paulo. Surge a Unidos do Peruche. Seu Carlão acumulou bastante experiência durante o tempo em que participou de uma das principais Escolas de Samba de São Paulo, a Lavapés, fundada em 1937 por Deolinda Madre (Madrinha Eunice) e Chico Pinga, sendo a Escola de Samba mais antiga em atividade no carnaval paulista, ficando atrás apenas da extinta Escola de Samba Primeira de São Paulo, fundada no ano de 1935 por Eupídio de Faria.
Seu Carlão se tornou uma das personalidades mais expressivas no processo de organização do carnaval e aliado estratégico de outras importantes lideranças do samba, como Alberto Alves da Silva (Seu Nenê da Vila Matilde), Deolinda Madre (Madrinha Eunice), Sebastião do Amaral (Pé Rachado) e Inocêncio Tobias (O Mulata). Com este “time” de bambas, Seu Carlão do Peruche passa a fazer parte de um seleto grupo de notáveis chamados respeitosamente de “Os cinco cardeais do samba”.
Seu legado abriu caminho para toda uma geração de sambistas que, assim como eu, sentem muito orgulho de ser paulistas. Seu Carlão ajudou a pavimentar a grande “avenida do samba” para a nova geração poder trilhar um caminho seguro e próspero, garantindo a manutenção da nossa tradição.
A memória é a grande ferramenta de preservação da história do povo descendente da diáspora africana. Ter as histórias de Seu Carlão contadas pela sua própria oralidade, relembrando fatos importantes de sua rica trajetória na formação do samba e do carnaval paulista, é fundamental para compreendermos parte da estrutura