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Sinopse
O cenário do romance é a União Soviética de Josef Stálin nos anos 1930, o período do Grande Terror, com sua lógica de brutalidade e extermínio da oposição. Serge – belga e filho de russos – experimentou pessoalmente essa fase do comunismo soviético. Escreveu O caso Tuláiev no calor da hora e sem meias palavras. Como lembra Sontag, “Serge foi o primeiro a chamar a União Soviética de Estado ‘totalitário’ numa carta que escreveu a amigos em Paris na véspera de sua prisão em Leningrado, em fevereiro de 1933”. Antes, portanto, que George Orwell ou Arthur Koestler, autores mais conhecidos do que ele.
Em O caso Tuláiev (concluído em 1942 e publicado em 1947, depois da morte de Serge), “vidas inteiras são retratadas e cada uma delas poderia render um romance”, de acordo com a ensaísta norte-americana. O enredo começa em 1936, com o assassinato fortuito e não planejado de Tuláiev, membro do Comitê Central do Partido Comunista e responsável por deportações em massa e expurgos universitários. O assassino é um jovem que casualmente se apoderou de uma arma. Não se trata, contudo, de uma trama policial, mas de um enredo político – a verdade sobre o crime é o que menos importa. O incidente faz soar um alarme paranoico entre as hostes do regime, e o romance desenha uma rede burocrática e policial de personagens movidos por medo ou oportunismo, com uma importante conexão na Guerra Civil Espanhola.
Victor Serge era o pseudônimo de Victor Lvovich Kibalchich, nascido na pobreza em Bruxelas, de pais russos que haviam se exilado por serem suspeitos de simpatizar com o grupo terrorista que matou o czar Alexandre II (1881). Aos 15 anos, Serge aderiu à Juventude do Partido dos Trabalhadores Belgas, mas em pouco tempo havia abraçado o anarquismo e passou a frequentar uma comuna nos arredores da capital, onde aprendeu artes gráficas. Começou a publicar artigos em 1908 e no ano seguinte mudou-se para Paris. Em 1913 Serge foi condenado a uma cela solitária por suposta conspiração. A revolução de 1917 provocou seu entusiasmo, o que o levou a abandonar as ideias anarquistas. Serge chegou à União Soviética em 1919, depois de libertado numa troca de prisioneiros entre os governos da França e da Rússia.
Aderiu aos bolcheviques, travou amizade com o escritor Maksim Górki e trabalhou diretamente com Grigori Zinóviev, criador da Internacional Comunista (Komintern). Em pouco tempo Serge passou a ser um crítico severo dos rumos que o regime estava tomando e em 1923 uniu-se à Oposição de Esquerda de Leon Trótski, uma relação fundamental em sua vida. Mesmo tendo rompido com Trótski por divergências políticas anos depois, Serge viria a escrever uma biografia do líder revolucionário em parceria com sua viúva, Natalia Sedova (Vida e morte de Leon Trótski, 1946).Serge foi expulso do PC em 1927 e, depois de sucessivas prisões, foi enviado para o exílio interno em Orenburgo. Segundo Sontag, o autor foi o primeiro a representar o sistema prisional soviético (Gulag) num romance, Meia-noite no século (1939). Ele escapou da execução graças à pressão de escritores estrangeiros, como os franceses André Gide e Romain Rolland, e expulso da União Soviética em 1936, sem poder levar consigo seus escritos. Em 1940, com a invasão nazista, Serge deixou Paris com filho e nora e empreendeu uma longa fuga que terminou em 1941 no México. Com a saúde debilitada e na pobreza, Serge morreu de um ataque cardíaco dentro de um táxi na Cidade do México em 1947, aos 57 anos, deixando numa gaveta os originais de Memórias de um revolucionário.
A edição de O caso Tuláiev pela CARAMBAIA tem tradução de Monica Stahel. O projeto gráfico de Luana Luna e Lucyano Palheta, do escritório aoquadrado, inspira-se no construtivismo russo e na estética da escola soviética de arte, arquitetura e design Vkhutemas. Os módulos que abrem os capítulos se agrupam na capa, formando o desenho de um revólver, peça-chave do romance. O pigmento metálico e o preto, serigrafados, representam os contrastes e conflitos da sociedade soviética pós-revolução.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788569002598 |
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Tradutor para link | STAHEL MONICA |
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Victor Serge era o pseudônimo de Victor Lvovich Kibalchich, nascido na pobreza em Bruxelas, de pais russos que haviam se exilado por serem suspeitos de simpatizar com o grupo terrorista que matou o czar Alexandre II (1881). Aos 15 anos, Serge aderiu à Juventude do Partido dos Trabalhadores Belgas, mas em pouco tempo havia abraçado o anarquismo e passou a frequentar uma comuna nos arredores da capital, onde aprendeu artes gráficas. Começou a publicar artigos em 1908 e no ano seguinte mudou-se para Paris. Em 1913 Serge foi condenado a uma cela solitária por suposta conspiração. A revolução de 1917 provocou seu entusiasmo, o que o levou a abandonar as ideias anarquistas. Serge chegou à União Soviética em 1919, depois de libertado numa troca de prisioneiros entre os governos da França e da Rússia. Aderiu aos bolcheviques, travou amizade com o escritor Maksim Górki e trabalhou diretamente com Grigori Zinóviev, criador da Internacional Comunista (Komintern). Em pouco tempo Serge passou a ser um crítico severo dos rumos que o regime estava tomando e em 1923 uniu-se à Oposição de Esquerda de Leon Trótski, uma relação fundamental em sua vida. Mesmo tendo rompido com Trótski por divergências políticas anos depois, Serge viria a escrever uma biografia do líder revolucionário em parceria com sua viúva, Natalia Sedova (Vida e morte de Leon Trótski, 1946). Serge foi expulso do PC em 1927 e, depois de sucessivas prisões, foi enviado para o exílio interno em Orenburgo. Segundo Sontag, o autor foi o primeiro a representar o sistema prisional soviético (Gulag) num romance, Meia-noite no século (1939). Ele escapou da execução graças à pressão de escritores estrangeiros, como os franceses André Gide e Romain Rolland, e expulso da União Soviética em 1936, sem poder levar consigo seus escritos. Em 1940, com a invasão nazista, Serge deixou Paris com filho e nora e empreendeu uma longa fuga que terminou em 1941 no México. Com a saúde debilitada e na pobreza, Serge morreu de um ataque cardíaco dentro de um táxi na Cidade do México em 1947, aos 57 anos, deixando numa gaveta os originais de Memórias de um revolucionário. |
Peso | 785g |
Autor para link | SERGE VICTOR |
Livro disponível - pronta entrega | Não |
Dimensões | 20.5 x 15.5 x 3.7 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 544 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2019 |
Código Interno | 885020 |
Código de barras | 9788569002598 |
Acabamento | CAPA DURA |
Autor | SERGE, VICTOR |
Editora | CARAMBAIA ** |
Sob encomenda | Sim |
Tradutor | STAHEL, MONICA |