A presente obra propõe que no filosofar de Nietzsche há uma relação entre inconsciente e consciente que não se encontra restrita ao âmbito teórico dos conteúdos, da conceituação e da articulação lógica, e sim enseja uma protagonização pela via da admissão e do controle das forças inconscientes em sua filosofia, mediante o fazer artístico. Desse modo, num primeiro momento vê-se como Nietzsche mobiliza comandos inconscientes ao filosofar - com sua escrita e estilo emanados de seu metabolismo e de sua pulsação fisiológica - protagonizando a passagem de estratos inconscientes para a superfície consciente. Num segundo momento, o foco está em como essa ligação se faz possível, perscrutando-se uma reflexividade e um fazer artístico já entre os impulsos orgânicos, segundo suas dimensões e interações. Num terceiro e último momento, trata-se de fazer ver como Nietzsche não sucumbiu às intermitências da consciência nem mesmo em sua "metafísica de artista", quando, entre outras coisas, concebeu um Dioniso passível de ser retomado e incorporado em outras bases, fisiopsicológicas. Com esse percurso, pretende-se evidenciar como o embate inconsciente-consciente, encenado pelo filósofo, faz-se um cerne oculto do projeto nietzschiano. https://www.zambonibooks.com.br/produto/o-cerne-oculto-do-projeto-de-nietzsche:-logos-vs.-pathos-no-ato-de-filosofar-345