“O Contestado – Causas e Consequências” narra a Campanha do Contestado, um dos maiores movimentos sociais ocorridos no Brasil no início do século XX, tendo como causa principal o litígio pela demarcação fronteiriça entre os estados do Paraná e de Santa Catarina. A obra relata as causas e as consequências do movimento que deflagrou o conflito armado entre a população cabocla e as forças militares. Os primeiros capítulos tratam das causas do conflito, descrevendo a região contestada, o início e motivos do litígio e as infrutíferas negociações judiciais e extrajudiciais, mencionando também a construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul e a instalação das grandes madeireiras na região, responsáveis pela expulsão dos camponeses de suas terras, fazendo-os se internarem no sertão e se envolverem ao messianismo do monge José Maria. Os capítulos seguintes tratam das consequências do litígio, cujo resultado deu origem à Campanha do Contestado, iniciando com a trágica investida militar ao acampamento messiânico nos campos de Irani em outubro de 1912. O insucesso da ação militar provocou a morte de inúmeros combatentes civis e militares, entre eles o líder espiritual e o Comandante do Regimento de Segurança do Paraná, Coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho. Além disso, proporcionou quatro anos de conflitos armados entre militares e caboclos, resultando a morte de quase duas centenas de militares e milhares de civis. A campanha estendeu-se até outubro de 1916, data da assinatura do acordo entre autoridades do Paraná e de Santa Catarina.