De: R$ 0,00Por: R$ 98,00ou X de
Preço a vista: R$ 98,00
Calcule o frete:
Para envios internacionais, simule o frete no carrinho de compras.
Calcule o valor do frete e prazo de entrega para a sua região
Sinopse
Em
O corpo impossível
— escrito num estilo de notável clareza —, Eliane Robert Moraes recompõe o itinerário desse imaginário. Para tanto, promove uma análise da vertente do modernismo francês que vai de Lautréamont aos surrealistas, com particular atenção ao pensamento de Georges Bataille. Daí resulta uma fina interpretação do tema, cuja originalidade está justamente em colocar história e estética em diálogo.
O homem moderno procura na arte o mesmo que na farmácia, “remédios bem apresentados para doenças confessáveis”, diz Georges Bataille, o estranho anjo inspirador desse livro sobre a figura do homem decapitado na literatura do século XX. Mas essa farmacopeia o leitor não encontrará em O corpo impossível. As doenças aqui tratadas são as piores, indo do fascismo até suas atuais versões mitigadas, isto é, a infelicidade a que nos resignamos numa rotina racionalizada. A doença está, por exemplo, no corpo bem modelado da estética nazista. E os remédios não são bonitinhos: eles exigem lidar com fantasias de terror, com o medo da castração e do despedaçamento, com a vergonha ante esse parente do rosto que é o ânus.
Nada é bem o que parece. O que nos tranquiliza são as expressões ponderadas, o equivalente de sabonetes ou escovas de dentes, de uma higiene que nos proteja da escória e da morte. Mas que não protege. Excluindo de nosso olhar o assustador, só conseguimos que ele invada nossas noites. Escondendo pelos cantos as penetrações estranhas, só fazemos que penetrem cada recanto da vida.
Daí, uma opção simples, embora paradoxal. Ou acolhemos os espectros da castração, e recebemos o melhor do surrealismo e do erotismo, e assim exorcizamos os fantasmas que constituem não só a nossa civilização mas toda a condição humana – ou nos fechamos a eles, cedendo à tentação higienista que, mostrou Freud, oculta uma fixação na fase anal. Nossa vida inteira se subordinará ao horror. Horror explícito, e talvez administrável (adjetivo, aqui, absurdo) ou ao menos vivenciável – ou horror denegado, e por isso hegemônico, predominante.
Muito fica em aberto, neste livro de Eliane Robert Moraes, autora de obras importantes sobre Sade e o erotismo. Bataille e os seus nos convidam a uma catarse, mandando viver o pavor para exorcizá-lo? Ou sugerem outra coisa, uma relação mais intensa com o mágico, com os fantasmas? Uma coisa é certa: este livro, que também pode assustar, escancara o imaginário do leitor e, talvez, torne sua vida mais rica. Eis um dos maiores elogios que se pode fazer a um escrito.
Renato Janine Ribeiro
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788573215717 |
---|---|
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Eliane Robert Moraes (21 de julho de 1951) é uma crítica literária brasileira conhecida principalmente por seus trabalhos sobre literatura erótica, Hilda Hilst e o Marquês de Sade. É professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e professora aposentada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. |
Peso | 364g |
Autor para link | ROBERT MORAES ELIANE |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 23 x 16 x 1.3 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 240 |
Número da edição | 2ª EDIÇÃO - 2019 |
Código Interno | 825073 |
Código de barras | 9788573215717 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | ROBERT MORAES, ELIANE |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |