Este trabalho analisa como a revista Nova Escola (Editora Abril) elabora seu próprio modelo curricular em época de transição paradigmática do ensino de história – considerando o recorte temporal de 1986 a 2002 –, e de como os professores de história apropriam-se desse currículo.Por ser um impresso produzido na cultura midiática, o qual propõe facilitar e/ou traduzir os currículos oficiais para os professores, toma-se referenciais teóricos que possam dar condições de enfocá-lo como texto que procura realizar uma recodificação curricular e que é lido/interpretado conforme determinados códigos culturais. Através de entrevista com professores de história, baseada na técnica de Grupo Focal, investigou-se a apropriação, bem como as práticas curriculares que derivam da leitura que estes sujeitos realizam da revista.No primeiro capítulo, destaca-se a materialidade da Nova Escola, que no período estudado ajustou-se aos modelos de leitura/interpretação do professor-leitor inserido na cultura midiática emergente. Cotejando o discurso de Nova Escola e o currículo prescrito pelos órgãos envolvidos na política educacional, no segundo capítulo, destaca-se a forma como essa revista apresenta o ensino de história de 1986 a, mais ou menos, 1995, abarcando a historiografia marxista e a pedagogia histórico-crítica, então referenciais dominantes na reestruturação curricular do período pós-regime militar. No terceiro capítulo, seguindo a mesma metodologia, foi tomado o período de 1995 a 2002, momento em que Nova História e Construtivismo consistiam os referenciais dominantes na implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e quando se discutia a necessidade de tornar o país competitivo diante da “globalização”.