O que é o “queer”? Quais são as suas origens e ferramentas teóricas? Quais são as suas discrepâncias com um setor do feminismo que o considera um “cavalo de Tróia” dentro do movimento? Em um momento em que esses debates pareciam superados, as reações do chamado setor trans excludente e da extrema-direita os trouxe de volta, alimentando muitos mal-entendidos. O “queer” não é um produto neoliberal, nem as pessoas queer escolhem seu sexo/gênero/identidade tão facilmente. As teorias queer fornecem muitas chaves de leitura para entender de forma mais fluída questões relacionadas a gêneros, sexualidades e corporalidades, para além dos binarismos. Além disso, levam em conta como se entrecruzam gênero, classe, sexualidade, idade, capacidade, raça, etnia, status migratórios... questões importantes para questionar os próprios privilégios de branquitude, classe ou cidadania, entre outros. Gracia Trujillo também reivindica que as pedagogias queer devam chegar ao campo educacional, que os dois campos se conheçam e valorizem as jornadas ativistas, as coalizões entre a luta feminista e a dos coletivos LGTBI+ e queer. Recuperar estes pactos, centrando-se mais em objetivos comuns e menos em identidades, adquire agora especial relevância.