Observa-se hoje, nas cidades, uma crítica crescente à realidade em que vivemos. Há um inconformismo, que resulta num enfrentamento emergencial e numa transformação positiva de algumas partes da cidade. Não se presencia, no discurso ou na prática, a construção de uma utopia de transformação do espaço urbano como um todo, conforme se fez em décadas passadas, nas tentativas de reforma estrutural das cidades. Se a utopia persiste, hoje ela se fundamenta em pequenas, porém possíveis, intervenções urbanas. Desaparece a antiga utopia de se querer mudar positivamente a cidade em sua totalidade. Agora, as iniciativas que propõem tão somente mudar pedaços da malha urbana são consideradas corretas. As novas utopias urbanas não são mais pensadas para um mundo impossível. Paradoxalmente, utopia e pragmatismo andam juntos. Vê-se desaparecer a Grande Utopia, a de que um outro mundo é possível, e surgem inúmeras outras, em partes múltiplas da cidade. Essas se concretizam em melhorias significativas em termos de habitação, transporte, relação com o meio ambiente, serviços e infra-estrutura urbana. Este livro apresenta uma visão otimista das cidades. É fruto de um extenso trabalho de pesquisa e da experiência profissional do autor.