No livro “O golpe do capital contra o trabalho” o jornalista Umberto Martins, assessor da presidência da CTB, propõe uma leitura dos acontecimentos políticos em curso no Brasil desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff sob a ótica dos trabalhadores. Resgata, com este objetivo, conceitos polêmicos como classes sociais e luta de classes, enfatizando a participação das classes no drama político e as ligações nem sempre transparentes entre economia e política, que subordinam as instituições políticas ao poder econômico. O caráter de classes do golpe se revela na medida em que seu principal objetivo é favorecer os interesses das classes dominantes, ou seja, dos grandes capitalistas nacionais e estrangeiros e dos latifundiários, que apoiaram e sustentaram a deposição de Dilma. A classe trabalhadora, em contraposição, é apontada como a principal vítima dos golpistas e também a principal força de resistência e luta contra o retrocesso social e político promovido pelo governo Temer. Os trabalhadores não são golpeados apenas pelas reformas na legislação social, mas por um conjunto bem maior de iniciativas governamentais, inclusive aquelas que ofendem interesses nacionais mais amplos, como é o caso da alteração nas regras do pré-sal, do enfraquecimento da Petrobras e das empreiteiras e da mudança da política externa. Não se trata de uma análise neutra ou um retrato imparcial da conjuntura. É um texto engajado na luta da classe trabalhadora por uma sociedade mais justa, voltada para a satisfação das necessidades e demandas populares e a construção de um Brasil próspero, democrático e soberano.