Importante o papel desempenhado não só na vida acadêmica como no dia-a-dia da prática da advocacia. Com imensa satisfação, apresento ao público a obra O que lutar quer dizer: o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e sua luta por Justiça, de autoria do ilustre teórico do direito, Me. Igor Alves Pinto, Advogado e Doutorando em Direito pelo Programa de Pós-Graduação da UFRJ, com destacada atuação em diversas frentes, sobretudo nos temas sobre Direitos Humanos, Antropologia Jurídica, Criminologia e Direito Civil.
Entendo que os direitos humanos, para além do que já conquistamos do ponto de vista jurídico-formal, são processos de luta pela dignidade humana. Para mim, quando se nomeia um sofrimento humano, cria-se um direito. E o nosso dever ético é lutar para consagrar juridicamente esse sofrimento nomeado. Todas e todos somos autores e autoras da gramática dos direitos humanos, que, volto a dizer, está sempre em expansão.
Nesses tempos difíceis, eu, particularmente, tenho optado, vez ou outra, por fugir de protocolos muito sisudos, herméticos, para dar lugar a outras formas de expressão. É preciso tenacidade para se comunicar com o mundo. Assim, ao tomar conhecimento do convite para prefaciar esta obra, rememorei a poesia que minha avó, d. Elzita Santa Cruz, costumava recitar “Passam-se anos, e o véu do esquecimento baixando sobre as coisas tudo apaga. Menos da mãe, no triste isolamento, a saudade que o coração esmaga.” Essa lutadora incansável, em seu livro “Onde está meu filho?”, lançou um questionamento de ordem universal em busca por Justiça para os 434 mortos e desaparecidos políticos no período ditatorial brasileiro.
Desse modo, este livro trata-se de uma ação importante pela reconstrução da memória e da verdade no País, cujos insumos resultantes deverão orientar os nossos rumos democráticos, a fim de que se evite a repetição dessa época nefasta. Afinal, o reconhecimento das violências é a única forma de permitir a concretização da paz social.
Felipe Sant