Em O homem que sabe, Viviane Mosé segue sua missão de popularizar o saber filosófico, coroada com a apresentação do quadro “Ser ou ser”, no Fantástico, entre os anos de 2005 e 2006. Em seu novo livro, a filósofa e poetisa fala sobre o surgimento de uma nova consciência em oposição à racionalidade ocidental, responsável pelo surgimento de sociedades com altos graus de exclusão. A autora defende a reinvenção do mundo através da crescente mudança de valores característica do nosso tempo. Viviane acredita que vivemos hoje “momentos de exceção”, que propiciam a invenção de mundos menos desiguais, em que o valor da vida ganha mais força que a exploração e o consumo desenfreado. Viviane Mosé destaca o lugar do Brasil na construção de um mundo melhor e contesta a frase tantas vezes ouvida durante o mestrado e o doutorado: “fazer filosofia era impossível para nós brasileiros sem tradição”. Ela mostra que a falta de tradição pode ser o nosso grande trunfo. “Quem sabe, os selvagens alegres, os exóticos que hoje despontam com algum lastro de cultura e tecnologia, talvez exatamente nós, os livres cujos corpos desfilam pelas ruas como se dançassem, tenhamos condições de romper com o niilismo das tradições. Acreditar em um mundo possível e cria-lo é a tarefa, não de um homem, mas de uma cultura afirmativa, como penso ser a nossa”, afirma Viviane. As filosofias de Kant, Espinosa, Foucault, e, sobretudo a de Nietzsche, são trazidas ao debate. A filósofa ressalta que a sua intenção não é “conversar com a tradição”, mas sim incutir no pensamento cotidiano conceitos que ela considera fundamentais.