Jim Acosta nunca quis ser a notícia. Como um repórter veterano, famoso por fazer perguntas difíceis e diretas, ele passou pela cobertura da corrida presidencial de Trump achando que já tinha visto de tudo. No entanto, enquanto Trump se preparava para assumir o cargo, o jornalista se encontrou em território inexplorado: estava relutante em tolerar os inúmeros ataques do novo presidente à imprensa e à emissora onde trabalha, a CNN. Em pouco tempo, ele estava no centro da guerra do presidente à mídia. O que começou durante a campanha e se estendeu até depois de Trump ser eleito tomou proporções drásticas durante os dois primeiros anos do governo, conforme as consequências de confrontar Trump e os perigos pessoais para os jornalistas que o desafiavam se tornavam cada dia mais extremos.
Em O inimigo do povo, Acosta revela pela primeira vez a história completa de sua experiência cobrindo a campanha de Trump e seus primeiros anos de governo, oferecendo um relato privilegiado da forma como o líder dos Estados Unidos utilizou a guerra à mídia para abalar a própria democracia norte-americana. Nos bastidores das grandes histórias e dos escândalos da administração de Trump, Acosta destrincha as mentiras ditas e vai além ao mostrar o verdadeiro custo da retórica que despertou as mais sinistras forças políticas do país. O repórter também retrata como é ser o correspondente mais odiado pelo presidente e por que diante de tantos ataques adotou uma estratégia controversa que o colocou em um enorme risco profissional e pessoal, se tornando um alvo para a vingança da Casa Branca.
Comentando entrevistas, transcrições, conflitos e discussões com algumas das figuras mais emblemáticas do governo americano — como Sean Spicer, Jared Kushner, Sarah Huckabee Sanders, Reince Priebus, Steve Bannon e Stephen Miller, apenas para nomear alguns —, o resultado é uma perturbadora e oportuna crônica sobre as dificuldades diárias de cobrar a Casa Branca a cumprir sua palavra e se responsabilizar por suas ações. Em um momento em que a hostilidade em relação à mídia atingiu níveis alarmantes e ameaças físicas a jornalistas estão se tornando cada vez mais comuns, este livro é um lembrete necessário de que os fatos importam, e que, mesmo sendo um momento perigoso para dizer a verdade, ela, hoje, é mais importante do que nunca.