As análises do emprego e do desemprego da força de trabalho na economia brasileira sempre estiveram cercadas de muitas discussões e polêmicas. Nos últimos vinte anos isto deixou de ocorrer com relação aos trabalhadores agrícolas devido à ausência de estudos e pesquisas mais abrangentes sobre seus níveis de ocupação e remuneração, e sobre as condições de vida daí resultantes. Essa situação tem sido causada pela escassez de séries de dados censitários consistentes e atualizadas, comparáveis entre si, provocada em parte por atrasos na apuração e divulgação de resultados dos levantamentos respectivos, os quais em alguns casos até deixaram de ser efetuados. Trata-se porém de uma lacuna parcialmente superável através do uso de dados da Pnad( Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que vem sendo realizada em todo o País desde o inicio da década de 1990, e cujos resultados têm servido para acompanhar e avaliar a evolução dos mercados de trabalho e de consumo, bem como a distribuição da renda, nos setores econômicos das áreas urbanas. As tentativas de fazer o mesmo para o meio rural e o setor agropecuário vem esbarrando até agora nos obstáculos da inacessibilidade direta aos dados desagregados por culturas, e das diferenças de condições naturais e institucionais vigentes em tais mercados de trabalho.