Entre 28 e 30 de junho do ano de 2022, ocorreu, na Câmara dos Deputados, o seminário “O Movimento da Independência, ontem e hoje”. Esse evento, cujo título é uma homenagem ao diplomata e historiador Oliveira Lima, autor da obra clássica sobre o período, O Movimento da Independência, publicada em 1922, foi uma das poucas oportunidades de relembrar o Bicentenário da Independência. Com efeito, se comparadas às comemorações do Centenário, em 1922, e às do Sesquicentenário, em 1972, as de 2022, em sua totalidade, deixaram muito a desejar. O ponto alto das comemorações, entretanto, deu-se em torno do balizamento tradicional da Independência, 1822, e concretizou-se em seminário que reuniu tanto importantes especialistas da História quanto lideranças políticas comprometidas com o seu estudo. Algumas das intervenções feitas ao longo desse sugestivo evento, revisadas por seus autores e beneficiadas por um tratamento mais acadêmico, estão presentes no livro que o leitor tem em mãos. Constituem eles visões diversas, perspectivas diferenciadas do “movimento da Independência”, cujas repercussões se estendem até hoje. O organizador buscou contemplar, por meio dessas perspectivas diferenciadas, não só os fatos e os personagens tradicionalmente lembrados, mas também aqueles esquecidos, que permaneceram muitas décadas nos “recessos” da História. Tal é o caso da participação das mulheres e das camadas populares na conformação política, histórica e social deste país que hoje é o nosso.