O Mulato Rosemiro é obra de ficção. O romance se desenvolve na pequenina e florescente estância de Poços de Caldas, no ano de 1904. São também fictícios seus principais personagens que, vez por outra, interagem com conhecidas personalidades históricas que ajudaram a construir a cidade e que, no transcorrer da narrativa, aparecem circunstancialmente no texto. Ao desenvolver a trama e fixar seus personagens, o autor procurou transmitir ao leitor a imagem mais clara possível de sua pacata cidade no início do século XX: um vilarejo inexpressivo, formado em função de suas fontes termais, cujas águas miraculosas atraíam centenas de enfermos que para lá se dirigiam em busca de cura para doenças como sífilis, reumatismo, bronquite, úlceras etc. Suas ruas e passeios eram de terra batida, entrecortados por riachos. Para atravessá-los as pessoas tinham que se utilizar de pontes de madeira (na maioria, rústicas pinguelas). Suas construções iam de poucas e belas mansões de veraneio a centenas de casas comuns, entre outro tanto de míseros casebres. Seu comércio incipiente, alguns hotéis de baixa categoria e inúmeros cassinos e carteados. Sua população visivelmente estratificada, composta de trabalhadores braçais e artesãos (entre estes, um grande número de negros emancipados com a abolição da escravatura e imigrantes italianos), pequenos e grandes comerciantes, proprietários, capitalistas e fazendeiros.