O caminho do bodisatva (os bodisatvas adiam seu próprio despertar até que todos os outros seres sencientes sejam salvos) é definido pelas seis práticas chamadas seis perfeições. Elas são expansivas, práticas infindavelmente imaginativas, ainda que sejam, ao mesmo tempo, pé no chão. Elas são caminhos para o desenvolvimento do caráter, são meios de melhorarmos nosso funcionamento como seres humanos no mundo tal como ele é. No seu conjunto, elas definem um espírito e um modo de vida. As seis perfeições são generosidade, conduta moral, paciência, alegre empenho, meditação e compreensão.
Essas seis práticas definem o caminho do bodisatva, o herói imaginativo do caminho budista Mahayana. Contemplá-las e praticá-las é um projeto de uma vida inteira – um que nunca iremos concluir. Quanto mais as praticamos neste mundo louco, mais veremos como nossas vidas humanas comuns, com todas as suas pressões e dificuldades, podem também ser uma jornada espiritual heroica e apaixonada. Compreensão e amor são possíveis.
-A perfeição da generosidade: abrir nossos corações para nós mesmos, para os outros e para a abundância da vida.
-A perfeição da conduta moral: prestar atenção nos nossos pensamentos, palavras e ações, afastando-os do autocentrismo e indo em direção ao amor e ao benefício dos outros.
-A perfeição da paciência: encarar completamente as dificuldades e as transformar no caminho.
-A perfeição do alegre empenho: despertar para a esperança e alegria, para que possamos manter nosso compromisso de prática com um espírito brilhante.
-A perfeição da meditação: prática focada, de sentar-se regularmente e caminhar para renovar e desacelerar nossos corações e mentes, para que nossos dias e noites possam ser firmes e calmos.
-A perfeição da compreensão: reconhecer que nada é como pensamos ser; que não há separação, nenhuma tragédia; que nada é fixo ou sólido; que há apenas amor e esperança sem fim além e dentro do que acontece e não acontece. A perfeição da
compreensão permeia as outras cinco perfeições. É o grande dom do pensamento budista Mahayana, a fonte e o fruto da imaginação.