Narizinho achava que já era hora de Emília se casar e, para convencê-la a aceitar Rabicó como marido, inventou que era ele um príncipe enfeitiçado. Como o grande desejo da boneca era se tornar princesa, ela engoliu a história sem vacilar. Mas, daí em diante, as coisas não foram tão fáceis como a menina planejava. Esse é o ponto de partida de O noivado de Emília, título da Coleção Pirlimpimpim lançado pelo selo Globinho. Na história, extraída de Reinações de Narizinho, Pedrinho leva Rabicó todas as tardes para visitar a boneca. No entanto, em vez de conversar e dizer palavras de amor à noiva, o guloso só pensa em fuçar a sala para descobrir coisas de comer. Irritado com a falta de modos do Marquês, o garoto decide trocá-lo por um representante até o dia do casamento. No quintal mesmo, Pedrinho encontra o substituto perfeito: uma garrafa de óleo de rícino vazia. Assim, Emília passa receber as visitas do Senhor Vidro Azul, um cavalheiro muito educado e de cartolinha na cabeça. Mas, quando chega o grande dia, Rabicó assume novamente seu lugar de direito e, então, precisa se esforçar para controlar seus instintos e não colocar o casamento a perder. A genialidade de Monteiro Lobato pode ser conferida em vários aspectos dessa narrativa: na linguagem sempre “clara e cristalina como água de pote”, na construção dos personagens e na ironia fina do autor, que muitas vezes descreve comportamentos considerados polêmicos, como os motivos que levam Emília a se casar com Rabicó. As divertidas ilustrações do livro são da dupla Sami e Bill. Muito coloridas e repletas de colagens, as ilustrações acrescentam ainda mais charme e graça à história.