Do alto via o arquipélago, admirado com a beleza do sol se esparramando pelas ilhas naquelas primeiras horas da manhã, fazendo com que ele nem se lembrasse da ressaca depois da última noite de sua passagem por Natal, da festa popular e da jovem que o levou a um bar; depois, com o blecaute, por um corredor comprido até o cabaré nos fundos. Nada parecido com as noites de Belém, de onde sentia saudade do tempo que lá passou na montagem dos equipamentos durante a concretagem e o asfaltamento das pistas do Aeroporto de Val-de-Cans. Sentia falta do Night End, onde foi assíduo frequentador do ambiente, de suas mulheres, das comidas exóticas servidas na madrugada, das bebidas autênticas e do repertório requintado do jovem pianista Waldemar, que o levava para lembranças da mocidade e da única mulher que amou. Para o tenente, lugar de jamais esquecer, onde fez inúmeros amigos, como o espalhafatoso engenheiro Miranda, um dos responsáveis pelas obras do Dique de Belém margeando o rio Guamá, o Boca, vagamundo que dominava muitas línguas aprendidas com os marinheiros ciceroneados por ele pelos lugares de jogatina, pelo também inesquecível Bar do Parque e por cabarés ou sofisticadas casas de tolerância. Como esquecer as conversas, quase diárias, com o fraterno e perspicaz jornalista Proença no balcão do Central, dobrando horas?