O ouvinte e o desconhecido mundo da surdez… Mútuo desconhecimento! Do ouvinte — que convive com um mundo que desconhece — e da surdez — que desconhece o ouvinte e o mundo dele. É difícil para os ouvintes aprenderem a libras? Como aproximar a distância linguística entre a língua oral dos ouvintes e a língua de sinais dos surdos? Quais deslocamentos são possíveis aí? Aprender uma nova língua exige dedicação e envolvimento. As razões que nos levam a entrar em contato com o universo surdo podem ser de ordem prática, profissional, intelectual ou sentimental. Fazer o movimento de aprender a libras é uma bela forma de experimentar outras relações e de construir outras identidades. Há um provérbio que diz que se vive uma nova vida a cada nova língua que se fala: se você sabe somente uma língua, você vive somente uma vez… Então, permita-se viver usando as mãos e abrindo os olhos para esse aprendizado e para esse mundo visual. Para compreender o cenário pedagógico de ensino de língua minoritária, é de grande valia saber quem é o professor surdo que se engaja em práticas sociais voltadas para o ensino da libras. Seriam suas histórias de formação e de oportunidades as mesmas de um professor de línguas orais prestigiadas? Quais desafios e barreiras esses professores surdos precisam enfrentar? Quais suas angústias? O que está em jogo no ensino? Em suma, o que os alunos ouvintes deveriam saber para entender a atmosfera de ensino na perspectiva e segundo a subjetividade do professor?