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    O PAÍS QUE AGORA CHAMAVAM DE SEU

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    Sinopse

    Como pensar o pertencimento, isto é, nosso modo de estar no mundo, quando uma história familiar de migração perturba a relação com o lugar em que nascemos? Que passado nos pertence quando a cartografia das origens se dispersa? Que língua nos expressa quando as vozes do entorno se diversificam? Que cultura nos identifica quando as tradições se tornam plurais e persistem alheias ao território?


    Sem pretender respostas definitivas, em
    O país que agora chamavam de seu
    , o escritor argentino Saúl Sosnowski indaga sobre a singularidade dessa experiencia. Com uma escrita aprazível, de ritmo pausado e emoção contida, o romance — que deixa transparecer um viés autobiográfico — acompanha o processo pelo qual o personagem principal tenta reconstruir uma memória familiar disgregada pelas escolhas individuais de migração, mas também e sobretudo pelas guerras e os conflitos políticos que, no século XX, desviaram os destinos dos sujeitos e dos povos. Adensada pela diáspora ancestral do povo judeu, essa memória familiar um tanto esquiva só pode vislumbrar-se de forma fragmentária nos discretos relatos dos que migraram da Europa para América Latina ou algum outro destino, na peculiar economia que marca o uso quotidiano de mais de uma língua (idish, hebraico, espanhol ou polonês), na persistência de rituais domésticos e comunitários que singularizam uma cultura ou, ainda, na sobrevida de alguns poucos objetos que resistiram aos deslocamentos e as perdas. Trata-se, portanto, de uma memória familiar dispersa que, embora não impeça a continuidade da vida no novo território, persiste como resto nas sucessivas gerações e insiste em marcar, como diz Jean-Luc Nancy, que o estrangeiro é aquele que não cessa de chegar.


    Sabemos que o deslocamento, sob qualquer uma de suas figuras (viagem, exílio, diáspora, nomadismo, etc.), alimentou o imaginário da literatura ao longo dos tempos, no entanto, é possível afirmar que a experiência histórica do século XX, marcada pela violência das guerras e as intolerâncias de diferente ordem, demandou das escrituras ligadas ao trânsito uma indagação ética sobre a relação com o outro que trabalhasse em favor da coexistência plural das culturas. A essa linhagem literária filia-se esse último romance de Sosnowski que, embora no seu gesto memorialístico permita suspeitar dos vínculos com a vida do autor, não deixa de se abrir à especulação ficcional acerca de um mundo que, não necessariamente sem tensões, coloque em valor as experiências fundadas no contraponto cultural.


    Ana Cecilia Olmos


     


    Sobre o autor




    Reconhecido e premiado por seus trabalhos acadêmicos, Saúl Sosnowski (Buenos Aires, 1945) publicou livros sobre Cortázar,
    Borges e a Cabala
    (Perspectiva), escritores judeus-argentinos, fascismo e nazismo nas letras argentinas e ensaios reunidos em
    Cartografía de las letras hispanoamericanas: tejidos de la memoria
    (Prêmio “Ezequiel Martínez Estrada”, Casa de las Américas); editou ou coeditou 17 volumes e é autor, também, de quase uma centena de artigos. Professor de Literatura e Cultura Latino-Americana na Universidade de Maryland, College Park, durante uma década (1984-1994) dirigiu uma série de conferências internacionais sobre “La represión de la cultura y su reconstrucción en el Cono Sur” [“A repressão da cultura e sua reconstrução no Cone Sul”], que deram lugar a 5 volumes publicados em Buenos Aires, Montevidéu, São Paulo, Santiago e Assunção. Em 1995, lançou o projeto “Una cultura para la democracia en América Latina” [“Uma cultura para a democracia na América Latina”] que gerou seminários e publicações na Argentina e no Brasil. Professor visitante em vários países, recebeu distinções de diversas instituições acadêmicas.





    Suas publicações mais recentes incluem
    Rugido que toda palabra encubre
    (2017, poesia) e os romances
    Decir Berlín, decir Buenos Aires
    (2020) e
    O país que agora chamavam de seu
    (2021), editados em um volume como
    Estación del encuentro
    (2023).





    Em 1972, fundou e desde então dirige a prestigiosa revista de literatura,
    Hispamérica
    , que recentemente celebrou seus primeiros 50 anos de publicação ininterrupta.

    Ficha Técnica

    Especificações

    ISBN9786555192162
    Tradutor para link
    Pré vendaNão
    Biografia do autor(Buenos Aires, 1945). Doutorou-se na Universidade da Virgínia em 1970 e, desde então, é professor de Literatura e Cultura Latino-Americana na Universidade de Maryland, College Park. Ele dirigiu o Departamento de Espanhol e Português (1979-2000), foi o Diretor fundador do Centro de Estudos Latino-Americanos (1989-2009) e também dirigiu, como chefe associado, o Escritório de Programas Internacionais (2000-2011). Ele é fundador e editor da revista literária Hispamérica, que celebrou em 2021 seus 50 anos de publicação contínua.
    Peso165g
    Autor para link
    Livro disponível - pronta entregaSim
    Dimensões20.5 x 13.5 x 1
    IdiomaPortuguês
    Tipo itemLivro Nacional
    Número de páginas128
    Número da edição1ª EDIÇÃO - 2024
    Código Interno1104347
    Código de barras9786555192162
    AcabamentoBROCHURA
    AutorSOSNOWSKI, SAUL
    EditoraILUMINURAS
    Sob encomendaNão
    TradutorGURGEL RIBEIRO, MARIA PAULA

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