Em 1979, mais de setenta mil trabalhadores ocuparam o estádio de futebol da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, para debater a greve que, entre paralisações e tréguas, durou sessenta dias. Quarenta anos depois, a publicação de "O pão e a pedra" traz à cena os principais agentes daquele momento histórico: o “novo sindicalismo”, a igreja católica progressista e o movimento estudantil de esquerda. Escrita em 2016, a peça da Companhia do Latão aborda a greve no ABC paulista sob o ângulo daqueles trabalhadores que aprendiam com o engajamento político e lutavam contra a opressão patronal e policial em meio ao embate cotidiano com a vida coisificada. De alto valor documental, O pão e a pedra permite discutir ainda outras questões, como a desigualdade salarial entre homens e mulheres, o retorno do imaginário religioso à política brasileira, o destino do movimento trabalhista, além de escancarar a reflexão sobre o versículo que a intitula: “Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão?”. A edição da Temporal possui Apresentação de Sérgio de Carvalho, Posfácio de Mario Sergio Conti e Notas sobre o processo de Maria Livia Goes, além de fotografias da montagem. Ainda, a publicação reúne, na seção Anexos, a Ficha técnica da estreia, as partituras compostas para a peça e Sugestões de estudo para o leitor interessado dar continuidade a pesquisas relacionadas. As três edições aqui apresentadas reúnem textos de Apresentação às peças, por Sérgio de Carvalho. Além de Notas sobre o processo de montagem, de autoria de Julián Boal (Os que ficam), Helena Albergaria (Lugar nenhum) e Maria Lívia Goes (O pão e a pedra), na seção “Anexos”, o leitor encontra Ficha técnica de estreia de cada uma das produções, Partituras das canções compostas para trilha sonora e Sugestões de estudo sobre a Companhia do Latão e os diversos temas aos quais cada uma das peças se refere.